DÁLIA
Quando chove, lembro a Dália. Brincávamos que era movida a eletricidade, parecia brotar em toda parte. Vivia se propondo a entrar numa dieta que nunca começava. Mas era gulosa, comer lhe dava prazer. Na noite da enchente que levou quase tudo, a procuraram no pavimento superior da casa onde deveria estar dormindo. No térreo já havia água na metade da escada. Teria saído na madrugada, com aquela chuva? Desceram, foram à rua, nada.
Pela manhã, quando a água baixou, a encontraram na cozinha. Plantada na lama, a mão segurando a porta da geladeira. Não precisava mais se preocupar com a dieta.
©Jade Dantas
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