ARABESQUE

ARABESQUE
Em passos de arabesque escrevo

31.10.12







descoberta



murmurava palavras esquecidas
rendidas
na queda vertical em precipícios
                                
cânticos sem nexo
ancorados em nossa intensidade

entendo agora que não eram só palavras
represadas, febris, alienadas
brotando dos seus olhos deslumbrados

eram bem mais que isto
eram poesia         


@Jade Dantas








canto ensolarado



resta meu nome sussurrado
como se o beijasses, teus olhos perturbados
resta teu cheiro, teu toque, corpo, lábios

resta tua alma tímida, linda, poesia
onde te decifro e te sinto e já não sei
se sou eu ou se és tu que sinto

onde me teço e me refaço

resta a essência guardada, a melodia
restam os sonhos guardados
no canto ensolarado das palavras

na vã procura da emoção perdida
resta a saudade deixada
resta o amor e o vazio


@Jade Dantas





sem nexo



meu voo tem a altura dos desejos
e a noite instiga aos desconcertos

sobrevoa muros de silêncios
murmurando canções sem nexo

na pele nua onde ainda desliza
insaciável e incontida
a tua boca de infinito


©Jade Dantas




 

de mente



mascaradamente

recorrente
mente
sempre
pra toda a gente

e aparente
mente e nem mesmo sente


@Jade Dantas








ascendente


se o futuro vai seguindo além do tempo
siga a estrada onde ele se desdobra

escolha o livro

é a única que não tem volta
e conduz ao infinito


@Jade Dantas
Homenagem à Semana do Livro

26.10.12





desatino


reabri portas fechadas
sentidos engaiolados

me fiz semente, plateia
a jogos de luz e sombras
e cenários inexplorados

no palco do nosso quarto
entre os ardores e o sono


©Jade Dantas



25.10.12



Este foi o meu poema selecionado para a Coletânea de Poesia do FLIPORTO - 2012













canto ensolarado



resta meu nome sussurrado
como se o beijasses, teus olhos perturbados
resta teu cheiro, teu toque, corpo, lábios

resta tua alma tímida, linda, poesia
onde te decifro e te sinto e já não sei
se sou eu ou se és tu que sinto

onde me teço e me refaço

resta a essência guardada, a melodia
restam os sonhos guardados
no canto ensolarado das palavras

na vã procura da emoção perdida
resta a saudade deixada
resta o amor e o vazio


@Jade Dantas









 
 
ainda que tardia



sonhei amor, delírios, liberdade
mas veio o tempo e me vestiu de nãos

enclausurou-me em paredes de razões
de onde fujo nas rotas das palavras

surge a poesia e me reflete a insensatez  

indomável, sem rédeas nem amarras
desafiando os rituais da lucidez 

e a verdade nas metáforas da viagem



© Jade Dantas






balance

may from the truth and the nothing
there shall be a possible whole

may from the passion and throw
the impulse becomes true

that in the abyss of  losses
moats aren’t buid
neither  limits


© Jade Dantas



"The future isn’t a place we are going, but the one we are creating. The path to it is not found, but built and the act of doing it changes both the creator and  the destination. "

Antoine de Saint-Exupéry






equilíbrio


que da verdade e do nada
se instaure um todo possível

que da paixão e arremesso
o impulso se realize

que  no abismo das perdas
não se construam fossos
nem  limites


©Jade Dantas



“O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino."

Antoine de Saint-Exupéry










mergulho


por roteiros impossíveis
exatos e límpidos

no mesmo ritmo
mesma loucura

deslizo além do tempo
mergulho nas lembranças

levito e volto à tona 
compondo palavras

murmurando de infinito
com poemas


@Jade Dantas




paixão


descobrir nossas audácias
muito além das águas rasas

da incompletude covarde

viver a vida com paixão
ou nada!


 ©Jade Dantas




6.10.12







enigma


quando não era mais o tempo de acontecer, o amor surgiu em horas  encadeadas.
quando a vida se dividia em reprises, entrou sem explicação e compreenderam que até então andavam sozinhos, fabricantes de palavras sem sonhos.
e se deixaram calmos um no outro, com o desvelo de uma longa ausência antes desconhecida.
mergulhados em desconhecidos temporais, adolesceram em corpo, desejos e ânsias de sol e luar, sem saber dos enigmas do tempo que os fragmentaria em dois. a magia perdida em nunca mais.


@Jade Dantas











assíntota



são as doçuras blindadas
a delinquência forçada

restam vozes sem esperança
nos silêncios do impossível

e nos sonhos arquivados
na pobreza inexorável

crianças abandonadas
por nossas autoridades

devaneios impossíveis
sem futuro e sem passado


©Jade Dantas





5.10.12





divagação




queria teus braços a me vestir de aconchego no sono do teu abraço. 
queria o encontro onde nos reinventávamos. queria o quarto onde, adormecidos pelo cansaço e respirando os odores do amor, murmurávamos segredos antes de dormir. queria o azul que o desejo de tua presença reconstrói. o murmúrio de beijos não esquecidos. a fulguração que não tenho mais.


©Jade Dantas 


disgree


I wished your embrace would wear me with kindness in the sheep of yor hug. I wanted the encounter where we reivented ourselves. I wished  the bedroom where, tired and asleep, brecthing the odors of love, we murmured secrets before sleeping. I wished for the blue that I don’t have anymore.


@Jade Dantas